terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Nivelado

Repousando sobre sua tímida fraqueza, reparo todo momento quando você mexe seu cabelo... suas fotos são sempre as mesmas, mas o que me perturba mais não são as imagens impressas, mas sim as que insistem em habitar minha tão conturbada e confusa mente... Seis segundos pensativa, com o garfo na mão... A fragilidade incolor do momento em que se fecha os olhos para dormir um pouco... ou aquela manha de reclamar de um cansaço, só para ganhar um abraço... São sempre os minutos da despedida de uma viagem, no box 14... Ou apenas quando deixa minha casa, dizendo um adeus meio arrependida, contanto os segundos para que a outra noite chegue logo...
Quando faz frio, de meias, coloca seus pés sob os meus, se "aninha" no meu ombro, da aquele suspiro indescritível e adormece... No calor, me puxa para deixo da ducha fria, me "sequestra" mais cedo da empresa para ir a algum clube, ou algo surpreendente...
Quando chega em casa, desabafa sobre seu dia chato no trabalho, no quanto aquelas peruas são chatas, ou o quanto aquele chefe a odeia.... coloca tudo para fora... E ao defendê-la dando razão à sua ira, ela abre o sorriso como uma gratidão dos minutos de "psicologia"...
Quando nos conhecemos, não podia ser mais perfeito... uma fila, uma tarde de chuva e um comentário bobo sobre o tempo. E deste para um sobre a correria, sobre o trabalho, sobre a faculdade... família... telefone...
Nem acreditaria que iria dar em algo. Mas é nessas horas que a gente acaba achando o que deixou de procurar há muito tempo... As juras, as palavras doces, as discussões ásperas que acabam em pedidos melados de desculpas e carinhos... A fuga da rotina, o combustível para que tudo dê certo e a grande sintonia em saber o que o outro está precisando naquele momento...
E nas horas de aborrecimento, quando se está prestes a explodir, e tudo e todos estão um saco, aquela mão no ombro e o silencio de um abraço que ampara e fortalece ao mesmo tempo te leva a uma certeza tão desconcertante que dá até medo...
Os planos, as viagens, as juras... Dividir idéias, apelos, emoções e confissões... Sentir o cheiro dela que fica em todos os lugares quando não estão juntos...
Ter uma admiração recíproca e expontânea, sem pressões e sem cobranças... nem de um e nem de outro... Fazer dar certo... acreditar...
Escrever bilhetes pequenos, cartinhas bobas e idiotas, lembrar de alguma música, de algum lugar, de um "deja vu" que talvez nunca aconteceu conscientemente, mas que leva àquela sensação de é possível... de que TUDO é possível...
Acreditar que pode se voltar no tempo por um segundo para viver uma pequena e momentânea eternidade, daquelas que te inspira a ter pensamentos e idéias tão mágicas que em sã consciência você nunca teria... Extrair de si mesmo o melhor, por que há alguém do seu lado que te faz crer em seus próprios talentos... E se orgulhar de mostrar seus feitos, por que você não faz aquilo só por você, mas também por ela...
Você abre mão de tantas coisas por ela, e percebe que ela também deixa de fazer coisinhas que ela gosta tanto só para te acompanhar nos seus programas chatos e cafonas... E quando você vai fazer as coisinhas que ela aprecia, por mais bobo e fútil que pareça ser, você adora... e sente muita falta quando fica sem...
Como é que tudo isso simplesmente secou dentro de mim? TAlvez é mais fácil se empacotar em seu martírio atual do que se permitir a viver outros... Talvez não haja amor sem dor... Talvez nunca haja uma cura para um coração tão ferido... Talvez um coração vazio fique tão escuro e frio que essa dor constante e incessante fique um pouco oculta, embora sempre e sempre presente.
Talvez nem é a dor da perda ou o sentimento equivocado de abandono é o que mais incomoda... Talvez o que mais seja triste é aquela sensação de fracasso... Você corta um pedaço de pão, coloca o café quente na xícara, pixa um muro, coloca um outdoor ou quem sabe até se perde no tempo por alguém e espera que aquele alguém reconheça isso... Talvez seja esse o terrível sentimento de fracasso, por que você sempre espera mais e mais, e recebe menos e menos...
Senta próximo ao céu, ou foge da cidade ficando em estradas vazias e desertas, apenas olhando para cima, com aquela vontade de estar dizendo palavras legais e trocando carinhos, ao invés de estar sentindo aquela falta estranha e sem nexo, de coisas que você definitivamente nunca viveu. Talvez seja vontade de vivê-las... Talvez seja predestinado a ser um ermitão da vida, excluso de tudo e de todos... talvez até por vontade própria...
Talvez você nem venha a ter filhos, ou viver aquilo tudo que gostaria de ter vivido... Talvez você nunca se apaixone pela melhor amiga da infância, nem da adolescência... talvez você goste da amiga que te liga para desabafar os problemas, mas nunca vai ser forte o bastante para se permitir ficar junto... Talvez você se apaixone por uma estranha a mil kilômetros de distância, e talvez nunca tenha oportunidade de trocar um oi... Talvez idolatraria alguém que só existe dentro de sua cabeça, e ao dormir, fique idealizando um alguém tão perfeito que se esquece da realidade hostil e dura que a vida impõe sob o coração defensivo e entrincheirado em muros de decepções alimentadas pelo terrível anjo interior que queira o proteger de qualquer nova dor que possa vir a aparecer...
Qual a verdadeira razão para estar aqui, neste exato momento? Esta é a questão máxima da vida...
Onde está a realização pessoal? Onde está aquela canção que tocava todos os dias as 5:45 da manhã? A canção dos ventos e do despontamento do horizonte, que parecia sair da alma... onde?
...novamente, elas... as reticências....

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Rodando


Você acorda com dor de cabeça e não enxerga nada além de tédio e rotina... Você inevitavelmente não tem a quem recorrer... não há companhia... Seu amigos, sua família... Todos tem algo a fazer, mas você não tem muitas opções... se tranca, se afasta... acha que não há mais nada a fazer. Chove lá fora a todo instante, e a paisagem da cidade não te distrai mais... Você tem 85 canais a sua disposição mas acha tudo um saco... Então, você olha na garagem, e lembra dos minutos em que tudo desaparece...
Só os minutos que precedem a decisão de virar a chave no contato rumo a um lugar diferente ja irradia sua alma, embora ainda esteja "fraco" diante de tudo. Mas você vira a chave no contato. O barulho do motor ligado, a chuva caindo, o limpador ativo... Os faróis acesos, e derrepente, a estrada. O tempo até muda diante dos seus olhos. "Estou sonhando? Ou isto realmente está acontecendo?" Você até tira uma foto para saber que esteve realmente ali... Abre-se uma cortina, diante daquela água toda caindo, e você entende que aquele momento é seu, e apenas seu. Ninguém pode tirá-lo. Não há corações quebrados, amores mal resolvidos. Não há horários, nem regras, nem rotinas. Não há ninguém te perturbando. Só há você e o tapete preto pontilhado à sua frente. Um gole da água com sabor de limão, o vento batendo no pára-brisas. No retroviso, a cortina de água e as nuvens carregadas, despejando toda a sua energia sob o solo. Dá a impressão de que você deixou tudo para trás... Da a ligeira sensação de libertação de todos os seus problemas que só você consegue sentir o peso... Não há gritos, não há responsabilidades, nem prazos. Não há cobranças nem julgamentos. É apenas você e a estrada. É apenas você, ali, vivendo alguns centimetros daquilo que você sabe que é e que foi um dia. É apenas você, resgatando a si próprio daqueles medos inconscientes e desnecessários que todos os dias você tem que viver.
Dirigir não é uma redenção. É algo tão mecânico que você nem percebe que está fazendo... Mas experimente um dia, pegar uma estrada, sem destino, sem rumo, sem lugar para parar. Encha o tanque e veja até onde pode chegar... ou melhor, veja até onde você quer chegar. Limpe sua mente e apenas contemple. Admire cada km rodado, cada ultrapassagem, cada carro que passa por você na reta oposta... Escolha uma boa música, mas escolha músicas que não te lembrem nada. Ou no máximo, aquelas que te levam a ter a nostalgia inexplicável, a saudade de algo que não existiu (ainda) para você. Coloque seu rosto para fora e sinta o vento forte batendo em seu rosto. Escolha uma tarde para fazer isso, de preferência com o sol na sua direita ou na sua esquerda, tanto faz... Mas escolha aquele horário em que ele vai caindo... que aquele amarelo indescritível começa a bater na paisagem. Curta cada segundo, por que é muito rápido. Esse amarelo não dura mais do que 3 ou 5 minutos. Mas a mágica em si que esta mistura de crepúsculo, paisagens e estrada tem sobre sua alma é uma coisa que você só vai conseguir sentir quando fizer.
Pegue a estrada. Sempre. Pode estar chovendo, e muito, mas talvez você encontre o tempo bom mais adiante, e pode ver e sentir coisas que talvez nem imaginava existirem...
Meu refúgio... Ele ainda existe naquele lugar? Ou a mudança que aconteceu também o migrou nas mágicas manhas de domingo que eu, evidentemente, SEMPRE estava ali?
É preciso descobrir, e vai ser uma evolução incrível.
Rodando, sempre... Pelas estradas e madrugadas.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Road...

Mais um fim de semana em SP... ta virando rotina... Mas é incrível como fico bem apenas entrando na BR, dirigindo entre paisagens... Saindo de uma cortina de chuva e vendo o sol, logo ali, brilhando na planície...
É uma pena que toda segunda as oito há um cartão de ponto a bater... Mas houve os 117 minutos em que rodei sem destino, sem horários e sem pressões... e isso me recarrega...
To sem inspiração e sem trilha sonora, mas aos poucos vou me refazendo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Foi aqui que eu parei...



É exatamente daqui que vou continuar... Tudo que aconteceu um dia depois desta foto será esquecido...
O amanhã desta foto tem que ser diferente apartir de agora!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Onde está? Estradas e madrugadas...

Novamente 4 da tarde... sol alto, devido ao horário de verão, e sempre algo me chamando afora... Neste domingo eu quis e muito um lugar que tivesse água... poderia ser um rio, um clube, uma cachoeira... estava pronto para isso... Pena meus 186 contatos de celular não terem me feito companhia, cada um com sua desculpa. Pudera, eu me afastei de todo mundo, durante um ano inteiro... Sem encontros, sem "cervejinhas" no domingo, sem festas... recluso novamente dentro do meu "eu" durante todo esse tempo...
Mas hoje algo me chamou para fora, e eu peguei a estrada... Fui ali, na divisa com São Paulo, atravessando a "ponte do tempo" onde a paisagem e a estrada ficam diferentes... Entrei na primeira cidadezinha, dei um giro e voltei... simples assim.
Sim, nestes momentos você sente falta de alguém do lado... mas é nestes momentos que você se lembra o porque está sozinho... todas as desconfianças, todas as decepções... E como não sou do mesmo jeito que a maioria dos meus amigos, que encontram uma garota legal mas tem a necessidade de sair com outras em seus encontros casuais (por que rotina cansa... péssimo discurso), fico fora dos beijos vazios e dos papos que dão sono... Não há nada pior estar com alguém que não tem nada haver com você, só para "não ficar sozinho"...
Algo me chamou à estrada hoje novamente... Algo me fez lembrar aquelas manhãs vendo o sol chegar, aquelas madrugadas contemplando estrelas... Sempre haviam músicas tocando, geralmente escolhia um repertório que me fizesse crer naquele sentimento nostalgico que eu tanto procurei até um certo tempo atrás...
Hoje, eu queria reencontrar o cara que eu era há uns 3 anos atrás mais ou menos... o cara que escrevia coisas legais, que sabia como colocar cada palavra... talvez tenha sido isso que me colocou na estrada...
Apartir de agora, cada segundo é incerto... não sei como vai ser amanhã, mas sei que estão me chamando a descobrir coisas sobre eu mesmo, sobre quem eu sou... preciso largar meu passado de lado, mas para isso eu tenho que encontrar o caminho do meu futuro... e é por isso que pego a estrada novamente... A madrugada não é mais como era antes... as pessoas não são as mesmas que estão do meu lado... o erro foi o exílio que impuz a mim mesmo durante todo esse tempo em que estive trancado no interior da minha própria vida, entretanto, era mais fácil sofrer pela dor que ja existia do que correr o risco de adquirir uma nova dor e mergulhar novamente naquele abismo profundo que se descobre quando você acredita estar fazendo de tudo para salvar algo ou alguém, quando na realidade, só você é quem precisa ser salvo...
Hoje, a estrada me chamou novamente...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Linha de tempo

Hoje é aniversário da minha irmã... Claro que não vou lembrar de ter escrito isso agora, mas depois acabarei lembrando. Fato é que na verdade, no dia em que escrevi isso, eu pensei sobre minha existência. Talvez é uma forma de me avançar a um futuro que espero que chegue logo. Nem sei se estarei vivo no dia que esta postagem for publicada aqui no blogger, afinal, como eu disse, escrevi há muitos dias atrás, e está programada para sair agora, neste exato momento.
Eu queria que minha existência tivesse um propósito maior. Não digo para a humanidade. Para eu mesmo. Tipo, queria viver entre estradas, nas madrugadas, esperando o sol nascer, tirando fotos e pensando e falando de amor. Hoje talvez eu nem queira alguém do meu lado, como queria antigamente... Era tão bom viver amores platônicos, imaginar uma mulher ideal que não existe, ou buscar ela em pessoas deste mundo... sempre fui louco, e não questiono isso... Só queria as sensações devolta... sensações de plenitude de vida, de fechar os olhos e escutar o silencio, escutar o som do Criador, contemplar as maravilhas que ele fez e os sentimentos incríveis que ele proporciona as pessoas sentirem.


Sinto falta daquele amor que eu buscava, e que eu chegava a sentir por tudo... Sinto falta da empolgação da pista cheia ao tocar... sinto falta de entrar no meu carro velho e não ter vergonha ou se sentir inferior só pelo carro ser velho. Aquele carro me proporcionou muitas coisas boas.... Queria aquelas coisas de volta. Sempre penso no ano que vai chegar... A estrada sempre me chama. Há um tempo, ela tem me chamado denovo, e eu ainda não tive como ir a seu encontro... Preciso de novas histórias, de novos rumos, de grandes sentidos. Mas aprendi muito nos ultimos tempos. Aprendi sobretudo que eu tenho que fazer as coisas que eu quero fazer, e que me deixam feliz. Isso vai ser muito útil nesta nova jornada. Ainda que eu sempre clame por alguém que me admire, preciso aprender a viver de tal forma que eu consiga fazer por mim as coisas que desejo. Ainda que as postagens continuem soando como depressivas, melancólicas ou coisas do tipo, há uma nova cortina se abrindo. Muitos falam em "Nova Fase", e eu mesmo ja usei isso. Não falo em nova fase... Falo em continuidade. Continuar algo que se estacionou na vida. Aquele sentido que as coisas tinham antes, preciso conseguir devolta. Preciso continuar a busca pela "garota do alojamento", ou pela menina que me beijou na porta do cinema, naquele tempo, naquele universo que eu tenho. Algumas vezes aquela época vem em sonhos, outras vezes em sensações. Queria tanto que essa vida minha de agora fosse apenas um sonho ruim, e que eu acordasse naquele tempo, onde nunca fica de dia, e nunca fica de noite... onde o vento é brando e fresco, e chega até a fazer um pequeno frio... Onde as sensações são intensas, extremas... Não sou desse tempo, não sei ainda o que faço aqui, não sei onde a busca que eu tinha parou... Mas tenho que retomar, por que sei que encontrei sentido.

sábado, 22 de novembro de 2008

(...)
Tão sem palavras...
AS vezes me questiono o que eu vim fazer aqui... podia ter ficado lá, quetinho no meu canto...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

"Ninguém pode voltar e criar um novo início, mas todo mundo pode começar hoje e criar um novo final"

Falam se muito de voltar no tempo, de ter uma nova chance... acredito eu que se as pessoas soubessem como é possível fazer isso, e se todas fizessem, o universo seria uma bagunça imensa, cheio de buracos negros inexplicáveis...
Mas enfim, ninguém pode volter e criar um novo início... por que tudo que foi vivido, foi traçado, foi percorrido em uma trajetória escolhida por livre arbítrio, e então não se pode mudar nada...
Vive-se um deja vú interminável onde você sabe o que vai acontecer e não consegue mudar os fatos, por mais que você tente... e quando muda, o resultado desastrozamente é sempre o mesmo. Nunca muda, uma vez que você escolheu o que queria para sua vida.
Escolhas... É exatamente este o ponto. É essa a grande chave do "final feliz"... não se muda o destino escolhido por você. E você não muda o seu futuro de acordo com as suas escolhas, mas você define ele apartir delas. Nada está escrito, mas tudo está predestinado. Tudo tem um porquê, mas sua trajetória não está definida. É através do que você define na sua vida que te torna o que você é, e se um dia você descobrir como faz para voltar, vai perceber que não pode mudar exatamente nada na sua vida. Por que aí sim, seu destino foi traçado por você mesmo.
Não desejem voltar ao passado... não queiram consertar o que ja estragou... Não queiram segurar o leite antes de cair no chão, por que ele ja está predestinado a cair, e pode levar você a tombar junto com ele...
O risco de se cair em um abismo dentro de si mesmo é muito grande. Você perde a vontade de ter novas experiências, de viver novas emoções... e nada pode resgatá-lo de lá. Uma vez que você abdica de seu futuro para tentar salvar os erros do passado, você se condena a finalizar o caminho do seu destino no ponto em que parou, e nunca encontrará o caminho de volta...

"Ninguém pode voltar e criar um novo início, mas todo mundo pode começar hoje e criar um novo final"
Não queira ter o conhecimento para voltar...

sábado, 15 de novembro de 2008

No title

Quando as portas do desespero se abriram diante de mim, naquele dia que chovia muito, eu tinha um dúvida... Como seria aqui? Quem encontraria, o que encontraria e o que seria diferente de lá, do lugar de onde vim..
Eu tinha idéia de um paraíso, de um lugar empolgante, cheio de sentimentos intensos... Mas vi que trouxe muito do que eu era do lado de lá...
As mesmas angústias vividas naquele tempo acontecem aqui... Eu achei encontrando e resgatando minha pequena de espinhas e óculos neste tempo, eu teria plenitude na felicidade, mas muito do que fiz foi em vão, desde o primeiro dia que coloquei os pés nesta linha de tempo... Eu sabia os riscos, sabia o que podia acontecer e sabia mais ainda que as tudo poderia ser exatamente do mesmo jeito que era antes... ou depois... não sei. Ja perdi a noção completa do tempo aqui... Não sei mais a idade que eu tenho, mas eu era um menino, um garoto em puberdade. E é exatamente este meu dilema hoje: Será que eu voltaria exatamente no ponto em que parei? O risco é grande de que seja assim, e tenho medo de esquecer as coisas vividas por aqui e o amadurecimento amargo que tive que passar, se repetir...
Mas o ensinamento é de que não adianta você fugir dos seus problemas, se eles estão dentro de você. Não consigo sentir que este aqui é o meu lugar... sempre digo isso, e sei que sou cansativo neste ponto, mas não há nada que mude esta idéia minha... gostaria muito de elevar minha consciência a um ponto diferente do que é agora, onde tudo é possível, onde dor não exista, onde a ansiedade não alcance e onde os sonhos não terminam... onde o mágico permanece mágico, onde a ilusão é verdadeira, onde os sentimentos dominantes são os verdadeiros...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Vagancy

Vejo além...
Vejo além de apertos firmes de mão, de olhares inseguros diante de desconhecidos, de propostas de mudanças... Vejo além do que o mar pode trazer em suas ondas, ou o que uma tempestade deixa...
Observo que, tudo perde o sentido em um determinado ponto da vida... o que era importante, já não é mais. Aquilo de pegar teu brinquedo e ir para o clube no domingo já era... Foi arrancado de você, assim como sua infância que se foi sem seu consentimento.
Do modo mais pessimista de se ver a vida, ela é feita de perdas...primeiro te arrancam de um útero quente e macio, depois te arrancam a inocência. Enfim, te tiram a infância, e depois a adolescência... aquela época em que tudo é novo. Lhe é arrancado aquele sentimento intenso (aliás, tudo é intenso nessa época) de estar sempre 100% além da sua capacidade. Você perde a capacidade de se curar, se recuperar e de estar "pronto para outra" novamente. Você não pede pelo fim disso. Ele simplesmente vem. A vida é feita de perdas, talvez essas irreparáveis. VOcê espera em um pequeno estábulo, na praia, por alguma notícia, alguma embarcação, algo que te tire daquilo ali, mas nunca vem... o horizonte nunca foi tão vazio... Você olha as ondas e nada tem ali... Se você passa sua existência na beira desse porto, esperando e esperando, você perde sua vida e as oportunidades de novas "perdas"... Esse risco que nos ronda as 24 horas do dia.
Do modo mais otimista, é uma dádiva, onde cada minuto vivido serve para te preparar para o desconhecido que é o próximo segundo no relógio... É a oportunidade de sentir coisas únicas, viver momentos indescritivelmente singulares. É você acordar um pouco antes da hora, sem sono, e ver coisas que não tinha percebido... É se encantar com uma música nova na tv ou de se apaixonar por uma desconhecida numa foto...
É você andar por um bosque, cheio de curvas e pequenos vales, onde cada passo é uma descoberta, é um modo novo de ver a mesma coisa... É você sempre estar predisposto a sorrir com uma coisa tão tola de forma que nunca sorriu tanto com uma boa anedota.
Sempra há dois modos de ve algo... Depende de quem entrou e de quem saiu da sua vida, e se cada momento foi vivido como deveria... e mais ainda, se eles valeram apena...Depende de como você reagiu às suas perdas, e de como você encara suas bençãos...
Quanto mais se expõe às pessoas, maiores são os riscos do envolvimento...

domingo, 9 de novembro de 2008

O doce gosto do beijo... (PARTE 1)

"Chuva forte. São três horas da tarde de um dia de semana. Estamos correndo para não molhar, e entre os engarrafamentos, você segura minha mão. Paramos frente ao velho cinema. Você me olha, me abraça e levemente toco seus lábios.
Um rápido beijo, e corremos denovo, rumo ao mercado da cidade... Você entra no carro e mais uma vez me faz acordar pensando no sonho..."

"É dia de aula, e o alojamento está cheio de alunos. você de mãos dadas, me conduz ao quarto, mas há tantas portas. VOcê entra em uma delas com seu óculos e roupas amarelas, espinhas pelo rosto e some...
Procuro você entre tantas pessoas, tantos rostos conhecidos que hoje já não sei mais quem é... Te encontro com outras pessoas. Nos beijamos, e você some denovo... Ao acordar, é outra segunda feira. Outro dia com você só nos meus sonhos..."

sábado, 8 de novembro de 2008

O bolso está vazio

Outra noite... festa de pagode, coxas balançantes, caras bêbados e meninas mais ainda... Não sei por que ainda continuo tocando...
Bom, mas não vou mais comentar sobre isso. O anti-social sempre fui eu, e sempre vai ser. Talvez sejam por isso os problemas de saúde: A visão, a LER na mão esquerda, as dores de cabeça e a perda de memória...
Estou me escondendo no meu trabalho, e não sei até quando eu vou aguentar assim... Prometi a mim mesmo que não escreveria mais sobre minha desilusão ampla e desmedida sobre a vida, mas eu tenho mais tesão em nada... Tenha a impressão de estar à deriva, sem remos, sem gasolina no motor, com as velas rasgadas..
Não há mais sentido... Como isso pode acontecer? Não há uma causa... as coisas perderam o gosto... E se fosse tão fácil, como uma depressão, seria obvio o tratamento... mas não é depressão... Eu estou sem rumo. Fico triste com isso, mas vou levando, e não há nada que mude isso...
Eu preciso de algo que faça sentido... algo que me realize... Não está sendo minha profissão... não foi a viagem... não há nada...
Estou sob constante stress e não há valvulas de escape... as coisas simplesmente não fazem mais sentido... não há um porquê... não há uma razão para continuar seguindo... entretando, não há como parar, não há como "descer" do bonde...
Estou perdido... completamente perdido... e parece que quanto mais eu grite alto, menos os outros me enxergam... não sei o que há, não sei como resolver...
Estou completamente perdido. O Bolso está vazio...

domingo, 26 de outubro de 2008

Seguindo passos

Naquela manhã,
não me sai da cabeça o cheiro... andei pelas linhas amarelas e parei diante do horizonte nu, azul e ainda frio. Olhei para o céu; Estrelas.

Ali eu podia ouvir qualquer música que eu quisesse... era fuga. A cidade não me via de forma alguma, só haviam as folhas, a grama, a terra batida e o vendo... e ao longe o vermelho tímido querendo surgir. Pássaros esporadicamente passavam acima da minha cabeça... e eu só poderia ter ela de companhia: A solidão.

Solidão necessária que se fazia para nutrir minhas idéias sob os questionamentos que eu sempre me fazia acerca de minha existência.

Algumas vezes, o violão me acompanhava, e eu nunca terminei as notas que me foram sussurradas naquela manhã em que vi a "coisa" por entre as árvores... Era muito cedo, não havia lua e eu estava sozinho. Deu medo, é obvio, afinal, quem não teme o desconhecido?

SEmpre havia o pão de queijo após sair do meu refúgio... Hoje, ele já não existe mais... não naquele local. Muitos o descobriram, e por culpa minha. Tenho que encontrar outro local. Aliás, sei bem onde este local fica, e preciso o quanto antes reanimar minha energia vital neste local que me leva tantas boas coisas...

Cada louco tem sua loucura. Preciso me permitir gostar de alguém novamente, mas sinto que preciso de me encontrar com meu "eu" novamente como eu fazia, para sentir saudade de coisas que eu não lembro, ou saudades de coisas que nunca existiram neste tempo para mim...

Após juntar todos os pedaços que se quebraram ao longo de uns anos, preciso neste momento apenas colá-los. Todos os cacos ja foram reunidos. Todas as lágrimas foram choradas. Há de se regar novamente as terras, para que elas possam dar frutos novamente. Há de se escrever novos cadernos, novas histórias, há de ficar novamente com sono nas segundas-feiras lembrando da maravilhosa noite anterior... há de se fazer planos para um futuro incerto que sempre estará na próxima curva. Sim, a estrada continua. O problema é que fiquei parado naquele ponto, no refúgio, durante muito tempo, e aliás, ainda estou ali nele, parado. A diferença é que todas as páginas foram rasgadas e queimadas... o que sobrou, sobrou apenas aqui dentro. Todas as provas que existiam foram apagadas. Tudo que nutria aquele tempo foi destruído para que eu pudesse seguir em frente. Há um caminho novo a se seguir, e eu estou completamente cego neste momento, por que não sei o que virá adiante. Ainda estou ali, parado naquele ponto que descrevi ha quase dois anos atrás... muito tempo se passou... mas ainda estou na estrada, com aquela mesma idéia... quem virá comigo, quem ja passou, quem continua nela...

Mas estou parado agora. naquele exato ponto, onde vejo claramente o caminho percorrido, e adiante, a curva com as árvores dos dois lados da pista.

Não adianta eu querer andar agora. Não estou preparado para virar aquela curva. Mas o fim do ano se aproxima, e se ainda estiver vivo até lá, conseguirei seguir adiante, e contarei neste blog o que há naquele caminho das árvores.

Uma coisa é certa: Preciso continuar a jornada. Não posso parar minha vida.

É necessário ir seguindo os passos

domingo, 12 de outubro de 2008

Por aqueles passos, por aquelas montanhas, lembrei que travávamos uma batalha pela conquista de algum lugar, e por algum motivo deixei que se perdesse pelos labirintos daquele jardim...
Andei 7 dias e 7 noites. Percorri toda a extensão do rio, perdido, mas algo me guiava a seu encontro...
Nesse tempo, lembrei de nossas juras próximo ao lago das 12 quedas, e prometi a você que sempre a protegeria, a qualquer tempo, em qualquer universo... Mas não foi suficiente... Perdi você na batalha dos aflitos. Tive notícias de que o mago do pequeno vilarejo havia te prendido em outro tempo... um tempo diferente do nosso. E viajei durante 6 gerações para tentar te encontrar... Ainda viajo... E ainda tenho mais pela frente...
Na verdade, eu acho que continuo descendo aquele rio, e sei que ainda está viva, por que sinto dentro de mim. Ainda que eu tenha morrido por dentro, o que me move a continuar é a certeza de que ainda poderei te encontrar. Estou amaldiçoado a viver por mais 8 gerações se eu não a encontrar... E a dor não é a da vida ininterrupta sob o solo deste mundo diante de cada século, mas sim o fato de estar privado da sua companhia, nos tempos em que eu colhia margaridas e íamos nos campos de girassois agarrados com nossos sonhos... Ainda estou descendo aquele rio. Eu morri por dentro naquela tarde em que te perdi na linha de batalha. Sei que está viva, por que ainda vivo, e meu coração, ainda que vazio nas trevas, clama por te achar em algum lugar dessas vidas... Confundi você em alguns momentos com outras, mas eu preciso encontrá-la. Preciso colocar paz nesta alma que sempre busca te encontrar...
Encontrei você no albergue, com aquela bata amarela e os óculos... por um minuto, achei tê-la encontrado, mas mais uma vez foi engano... você desapareceu... Logo após, a encontrei na porta do cinema, e nem lembro bem a data... estive com você por alguns minutos, mas novamente você sumiu... Você não consegue me reconhecer, e talvez seja esta a maldição mais terrível a qual tenho que conviver... AS vezes eu queria simplesmente desistir, mas até da auto-destruição fui privado. Não há como fugir. Toda vez que eu consigo morrer, eu acordo em cima de uma cama, num tempo diferente, e com a busca do zero.
Todas as vezes que chego perto do precipício e penso em pular, minhas pernas não obedecem... Não há como voltar aquele tempo sem você do lado... Não há mais pelo que lutar. Sim, sou egoísta... fui considerado um dos melhores cavaleiros naquele tempo, mas hoje não sou mais do que um pobre fraco... Mas continuarei percorrendo o rio, em direção ao seu encontro. Preciso que se lembre de mim quando nos vermos outra vez... preciso que você se lembre quem é...

Nonono

Houve um tempo que eu brincava na terra molhada...
Houve um tempo que eu pedia para andar no balanço...
Houve um tempo em que a única coisa que importava era o futebol no intervalo...
Houve um tempo em que vi de perto a morte, mas não chorei, não sei por que...
Houve um tempo em que eu conseguia sorrir inocentemente de uma mágica no circo...
Houve um tempo em que o algodão doce era muito doce, o churrus meio salgado e as idéias, infinitas.
Houve um tempo em que eu conseguia escutar as histórias sobre a cidreira... Hoje, já não me lembro mais.
Houve um tempo em que eu estudava pela manhã e dormia a tarde toda...
Houve um tempo que apaixonei pela primeira garota, e depois vieram as outras...
Houve um tempo, em que tudo era saboroso, e esse tempo existiar amor
Hoje, só lembranças de tempos bonitos em que a música te remetia ao lugar de onde veio, e que não mais acontece...

domingo, 5 de outubro de 2008

Melodias em frascos de perfume...

Fui designado a resgatar alguém... Quando aceitei a tarefa, não sabia de muitas coisas, e agora estou em um grande dilema... Voltei de um lugar que era o meu, e quando caí aqui, eu não sabia o que me esperava e o que eu viveria...
Hoje valorizo muito da experiência que eu não tinha, que não vai muito adiantar a mim quando (e se) eu voltar de onde vim... Ainda há uma tempestade muito grande por vir, e não sei se ainda há o que ou a quem resgatar.
Estou nadando em aguas turvas, ou dirigindo por caminhos sombrios... Ha quem diga que eu vivo em um constante delírio de minha própria negação de existência... não sei... Pela primeira vez, eu não sei... Mas há aquele azul que me responde tantas questões... e aos poucos eu vou resgatando isso...
"Não esquive de seu objetivo. Quando estiver desesperado, ou perder o propósito, ou duvidar do que realmente está em jogo, se retire ao nosso tempo. São poucos minutos, e você terá que aproveitar. Você encontrará paz. Não leve outros... a conexão se quebra com outras pessoas..."
Esse é o unico elo que tenho com meu lugar, e que mesmo assim só me faz ter nostalgia... Me faz sentir falta de algo, que não sei se está aqui ou lá... Estou em um espelho, só isso eu sei. As vezes sinto que tenho pouco tempo, e que não envelhecerei aqui como todo mundo...
Há uma porta que a todo custo devo encontrar... A dúvida é: Quem estará do meu lado?
Nada faz sentido... não ainda... Mas quando eu sentava à beira do penhasco em meu refúgio, as lembranças quase vinham... Me enganei uma vez... que doce engano... Mas estive perto, ou pelo menos achei que estive...
Há um desvio de personalidade? Não sei... Loucura? Talvez... Mas tenho que assumir minha identidade agora... Então, eu questiono: QUAL SERIA ELA?
Ja tentou escutar uma musica ao sentir um perfume? Sim, toca uma música. Não são todos que escutam, mas toca... Assim como existe um cheiro que só é possível sentir na alvorada...
Aguçar os sentidos... Ouça com os olhos... sinta o cheiro com a ponta da língua...
" Na sombra da árvore, há de se repousar, um descanso. Mas proteja sempre. A missão é o resgate. Você não é soldado. Você é aquele que dará a mão à criança e coragem à mulher. Elas o seguirão, até onde o sol se esconde eternamente por entre as montanhas, onde a paz reina silenciosamente dentro da alma, onde a música ecoa pela estrada e onde o medo incrivelmente nunca existiu.
Onde poderão voar para onde quiserem, onde não existe o dia e nem a noite, onde o sol e a lua coexistem em harmonia, onde a beleza de cada um pode ser vista ao mesmo tempo... A perseguição acaba aí."
Há tantas páginas neste livro, que existe apenas em minha cabeça. Não consigo ler as páginas adiante, nem lembrar das passadas... Talvez amanhã nada disso faça sentido... Mas preciso acreditar em um ideal, e parar com os sonhos malucos onde nada entendo... se eu pudesse gravá-los para ver depois, o que acontece... mas eles ficam na minha cabeça, e vão sumindo, assim como muito do que vem e vai nas estradas e madrugadas... espero identificar logo... Não há mais tempo como havia 5 anos atrás. Haverá menos ainda daqui a um minuto...

Sob o céu azul das 6:47 da manhã

Sob o parabriza, o faixo de luz... Não, o sol ainda não saiu...
Ao retornar àquele local, depois de tanto... depois de condicionar minha inspiração a terceiros, a percepção de sentidos ainda é a mesma... Obvio, deveria haver internet no meio do nada... essas palavras estariam saindo "ao vivo"
Mas depois que passa, muita coisa ainda fica ali, no "refúgio"...
Ainda estou confuso... a eternidade ainda é confusa, estradas e madrugadas ainda existem diante do meu percurso. O caderno de bolso ainda existe, mas nenhuma palavra mais foi escrita nele.
Mas muitos quilômetros ainda estão à frente, e ainda falta uma eternidade para que o sol apareça... E é justamente neste intervalo que eu existo de verdade... que meu verdadeiro "eu" aparece...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Suspiros

Não... não é sobre suspirar... é sobre o suspiro como sobremesa...
Suspiro é uma "comida" interessante... Você coloca na boca e parece que ele derrete, muda de tamanho... Você coloca um monte deles na boca e parece que colocou apenas um...
O que tem haver essa postagem...
Bom, meu desafio aqui nesse blog é tornar as coisas um pouco interessantes... Tudo que aqui for escrito, tem relação com alguma coisa... Talvez, o lance do suspiro só vai ser entendido daqui uns dois meses... mas esse é o propósito...
Tenho muitas coisas a dizer, e quero encontrar quem entenda o que eu estou dizendo, para trocar idéias... sei lá... talvez montar uma empresa juntos, talvez viajar pelo paquistão... Quero encontrar pessoas loucas como eu, com idéias mais loucas ainda, com escritos que estimulam o pensamento, e que gere discussão... Então, declaro aberta a era do SUSPIRO!

domingo, 21 de setembro de 2008

Sometimes...

As vezes eu sinto que o propósito já não é mais o mesmo...
Sei lá... Quando decidi aceitar certos desafios em minha vida, não estava preparado para tais conseqüências...
Quero dizer, após se cumprir cada etapa que eu me propus a vida inteira, até este momento, eu trabalhei a hipótese das perdas... Mas acreditava que algum lucro eu tiraria de cada situação. Não digo de grana especificamente... Mas achei que alguma coisa comigo eu poderia levar... não apenas a lição... mas alguma coisa... algo que eu pudesse levar comigo, que de alguma maneira se tornasse parte de mim.
A questão neste momento não é a de que uma nova etapa se forma... Não é isto o que acontece. O fato de novas coisas acontecerem a todo momento não significa necessariamente que serão vividas tão intensamente... Não da forma que eu gostaria...
O ponto é que antes havia um amor incrível que enquanto acontecia, eu torcia para não acabar... Depois houve uma queda em que nunca se chagou ao chão... As vezes me vejo ainda caindo... Sempre me sinto assim... Sempre vou cair, e nunca terei a esperança de esborrachar no chão... Já disse isso... Mas voltando ao que dizia, após a queda, cheguei ao ponto de perder o tesão em tudo... Perder o propósito. Eu acordo todos os dias, vou ao trabalho, volto, durmo, acordo no outro dia... Fins de semana são sempre do mesmo jeito... Não há propósito em nada... Não há objetivos mais, nem sonhos... Parece que eu estava programado para algo, e esse algo não foi concreto, e eu me perdi... Totalmente...
Não há uma "nova missão", ou um novo propósito... Não existem cores, nem aromas... Tudo é um saco. EU sou um saco...
Quando eu era adolescente, sempre achei que eu seria admirado por causa de minhas bandas... Sempre achei que eu seria alguma celebridade, alguém admirado e idolatrado... Quando chegou minha transição de adolescência para a fase adulta, Comecei a achar que talvez eu pudesse ser uma celebridade, mas antes eu precisava de uma profissão... Fiz três faculdades e não terminei nenhuma, mudei de cidade, passei por oito profissões diferentes, me desenvolvi em todas elas, mas nada aconteceu... Nada fez sentido, e nada me realizou.
Não encontrei em nenhuma garota aquilo que eu sempre quis encontrar... Antes eu achava que era amor o que eu queria, mas hoje, eu vejo que não era só isso... Eu queria alguém para estar do meu lado, para me ajudar a construir uma família perfeita e me proporcionar algo que é muito importante para mim e que talvez eu nunca vá conseguir fazer, tamanha é a falta de calor que existe aqui dentro hoje: Ser o pai que eu sempre quis ter. Ter uma família com minhas tradições... almoços em dias de domingo, casa cheia, pessoas felizes... E cada maldito dia que passa isso fica mais e mais longe de poder acontecer, até por que eu não consigo acreditar em mais ninguém que se aproxime de mim. Tenho pouquíssimos amigos, esses os quais cada começa agora a trilhar sua própria vida. Uns casados, outros tendo filhos e outros... Apenas tomando outro rumo.
A empresa que eu sempre sonhei em ter... A Ilusão de que eu tinha algo quando trabalhei com meu pai, com tantos carros, tanto dinheiro e tanta menininha dando sopa... Minha queda, minha falência financeira... Nunca teve ninguém para estar do meu lado. Eu sempre tive que ser forte o suficiente. E sempre estive sozinho, ainda que tivessem meus parentes próximos, minha irmã e minha mãe... Os olhares sempre foram: Você é um inútil... Nunca será capaz de nada... E com tantos talentos que eu tenho, o fato de ser autodidata profissionalmente, de tudo que eu sempre quis fazer eu conseguir, como informática, publicidade e entretenimento... Tudo foi sozinho, mas nada vinga... Nada vai adiante... E a cada queda, mais a certeza de que talvez os outros estejam certos... Mas este é o ponto, por que infelizmente não dá para deixar de existir. Não dá para deixar de ter consciência e vegetar pelos campos da eternidade... Não é assim que funciona.
Também não sou suficientemente corruptível a ponto de crescer às custas de quedas dos outros... E com isso, quem assim é, acaba por me afundar mais e mais ainda, com comentários e atos, sejam em empresas ou na noite... não sei...
Não é a posição de alguém que se faz de vítima... Não é isso. Alias, seria mais fácil me fazer de vítima, mas a questão é que não me sinto como uma vítima e sim como alguém que não vai ganhar nunca, em momento algum. Não há apoio, e cada dia, há menos expectativa de que algo incrível possa acontecer, e eu já estou perdendo o resto das forças para continuar acreditando, por que não há muita coisa a se acreditar... Não para mim.
Minha irmã processando meu pai novamente, aquele inferno de novo que vivi há 19 anos, as brigas, e eu no meio, como um pára-raios... As brigas caem no meu ombro, todo mundo vem desabafar comigo, mas ninguém percebe que eu também estou precisando de um ombro amigo... Claro, todos nós temos problemas, mas eu tenho parte dos problemas de cada um... Sempre estou sofrendo por algo, e em uma parte do tempo, a razão não sou eu ou o que eu estou passando, mas sim por coisas que não me dizem respeito... que eu não deveria estar exposto a stress por causa disso... Estou pensando em pisar na bola na empresa só para ser demitido... mas e depois? E se o Reino Unido não der certo? Quais as opções que eu tenho? Meu leque está se esgotando, por que todas as possibilidades foram tentadas... As portas se fecharam e as janelas que haviam, eu já tentei pular...
Não sei mais o que fazer... Tenho 26 anos e a luz vai ficando cada dia mais fraca. Não há mais o que se buscar... Não é dinheiro que falta... Falta realização, e eu não estou conseguindo atingir isso...
Falta tesão para ir na academia que fica a pouco menos de 200 metros de casa... Falta tesão para chegar na garota que fica dando mole na festa... Falta tesão para colocar uma roupa bonita, olhar no espelho e dizer: Você é o cara! Falta tesão... em achar que a vida ainda vale apena no sentido de continuar lutando... Por que a cada dia que passa, mais difícil fica conseguir algo que seja de verdade, que realmente vale a pena e que fará alguma diferença...
Não sei se o que eu sinto é tristeza ou solidão... Só sei que nem o sofrimento, nem a dor tem o mesmo tesão de antes...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Se passa a vida inteira tentanto achar razão para tudo... achar um sentido, uma redenção ou até mesmo uma salvação... Sei que ja falei sobre isso, mas as coisas serão um pouco diferentes apartir de agora...
Você busca inspiração em outras coisas ou outras pessoas para justificar sentimentos que só habitam dentro de você mesmo, e apenas quando você passa a entender isso dessa forma, é que você começa a caminhar rumo à felicidade... ou pelo menos, acaba parando de condicionar sua vida e sua plenitude qualitativa à influência externa, seja de pessoas ou de coisas... Você entende que essas forças externas apenas são um combustível a mais para você expandir aquilo que há de mais maravilhoso dentro de si mesmo... Talvez esperança... talvez estima... talvez o carinho que você sempre quis desprender a alguém, mas nunca teve idéia de que isso é despertado dentro de você, e não algo como uma obrigação a todo custo de se satisfazer com o primeiro miojo que você pega na prateleira...
Sei lá... Apenas um dia acontece, e você acorda para uma vida dentro de si mesmo que nem você sabia existir...
Se passa a vida inteira tentando achar explicações e respostas... talvez você morre sem encontrá-las, mas só a busca ja valeu apena... Só as pessoas que ja passaram foram o bastante para que você encontrasse coisas boas dentro de si mesmo...
É verdade que passam também pessoas que não despertaram nem deixaram se despertar por nada em você, mas mesmo elas ja valeram apena...
Acho que a vida de cada um poderia virar um excelente drama a se passar nos "Warner Channels" existentes por aí...
Enfim, o que da pra ter idéia, nesse momento, é isso... Tudo que você faça, ou sente, ou deseje, está dentro de você, e só dentro de você. Nada nem ninguém pode ser responsabilizado... Só você pode decidir o que quer para si mesmo. E é justamente este o ponto em que você começa a entender sobre felicidade. E começa a buscar o que realmente vale a pena de verdade.