não me sai da cabeça o cheiro... andei pelas linhas amarelas e parei diante do horizonte nu, azul e ainda frio. Olhei para o céu; Estrelas.
Ali eu podia ouvir qualquer música que eu quisesse... era fuga. A cidade não me via de forma alguma, só haviam as folhas, a grama, a terra batida e o vendo... e ao longe o vermelho tímido querendo surgir. Pássaros esporadicamente passavam acima da minha cabeça... e eu só poderia ter ela de companhia: A solidão.
Solidão necessária que se fazia para nutrir minhas idéias sob os questionamentos que eu sempre me fazia acerca de minha existência.
Algumas vezes, o violão me acompanhava, e eu nunca terminei as notas que me foram sussurradas naquela manhã em que vi a "coisa" por entre as árvores... Era muito cedo, não havia lua e eu estava sozinho. Deu medo, é obvio, afinal, quem não teme o desconhecido?
SEmpre havia o pão de queijo após sair do meu refúgio... Hoje, ele já não existe mais... não naquele local. Muitos o descobriram, e por culpa minha. Tenho que encontrar outro local. Aliás, sei bem onde este local fica, e preciso o quanto antes reanimar minha energia vital neste local que me leva tantas boas coisas...
Cada louco tem sua loucura. Preciso me permitir gostar de alguém novamente, mas sinto que preciso de me encontrar com meu "eu" novamente como eu fazia, para sentir saudade de coisas que eu não lembro, ou saudades de coisas que nunca existiram neste tempo para mim...
Após juntar todos os pedaços que se quebraram ao longo de uns anos, preciso neste momento apenas colá-los. Todos os cacos ja foram reunidos. Todas as lágrimas foram choradas. Há de se regar novamente as terras, para que elas possam dar frutos novamente. Há de se escrever novos cadernos, novas histórias, há de ficar novamente com sono nas segundas-feiras lembrando da maravilhosa noite anterior... há de se fazer planos para um futuro incerto que sempre estará na próxima curva. Sim, a estrada continua. O problema é que fiquei parado naquele ponto, no refúgio, durante muito tempo, e aliás, ainda estou ali nele, parado. A diferença é que todas as páginas foram rasgadas e queimadas... o que sobrou, sobrou apenas aqui dentro. Todas as provas que existiam foram apagadas. Tudo que nutria aquele tempo foi destruído para que eu pudesse seguir em frente. Há um caminho novo a se seguir, e eu estou completamente cego neste momento, por que não sei o que virá adiante. Ainda estou ali, parado naquele ponto que descrevi ha quase dois anos atrás... muito tempo se passou... mas ainda estou na estrada, com aquela mesma idéia... quem virá comigo, quem ja passou, quem continua nela...
Mas estou parado agora. naquele exato ponto, onde vejo claramente o caminho percorrido, e adiante, a curva com as árvores dos dois lados da pista.
Não adianta eu querer andar agora. Não estou preparado para virar aquela curva. Mas o fim do ano se aproxima, e se ainda estiver vivo até lá, conseguirei seguir adiante, e contarei neste blog o que há naquele caminho das árvores.
Uma coisa é certa: Preciso continuar a jornada. Não posso parar minha vida.
É necessário ir seguindo os passos