domingo, 13 de fevereiro de 2011

...

Comecei a escrever sobre uma coisa, apaguei e fiquei aqui, parado de novo, na frente do monitor... Queria compartilhar algo, mas não sei bem o que é...
Estou mais aliviado essa semana, consegui viabilizar algo que eu precisava de fazer há tempos, e agora os desafios são outros. São outros, mas são reais. Nada de vidinha parada, estranha, levantar cedo na mesma rotina de 28 anos. Aprendi bastante no meu ultimo trabalho (não no da empresa de topografia, mas na editora que tomou 3 anos da minha vida profissional e me trouxe coisas muito muito boas e muito muito ruins), principalmente com relação à ambição.
Eu não entendendo como as pessoas conseguem se conformar com uma vida que não estão satisfeitas a levar. Sim, o meu caso é não morar mais em Uberaba. Deixar a cidade é o que ME faz feliz. Mas eu vejo gente que se conforma com o que a vida oferece e não corre atrás do que realmente quer. Comodismo é uma doença que se torna outras doenças. Conheci gente que quis casar a todo custo, e outras que trilham por este mesmo caminho... 

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Memórias de um tempo esquecido...

"Noite do dia 06 de fevereiro de 2011... Fui a um aniversário de uma colega de trabalho da minha irmã, e em um determinado ponto da festa, alguém tira uma craviola e começa a arriscar algumas notas. Então, pego meu carro e rasgo a avenida para buscar meu violão e chegar a tempo de fazer um som. Talvez eu soubesse o real motivo pelo qual eu queria buscar meu violão. Total desconhecidos, pessoas que nunca verei novamente talvez, se os planos dessa semana forem como eu sempre sonhei que seriam. Mas enfim.
Chego então e começo a acompanhar o garoto da Craviola, que não é bem a definição de alguém animado, embora toque muito bem e seja um cara muito boa praça. Então, ao que ele vai, se faz uma roda a meu lado e pedidos como capital inicial, paralamas, legião urbana (em maioria), jota quest e coisas voltadas para o Rock nacional. Todos cantam, todos vibram, dizem que sou um alenígena por saber tocar todas as músicas, me elogiam, inflam meu ego. O vizinho reclama e mudamos de casa. Mais legião. Mais Capital. Começam as internacionais como Wish you were here do PF, R.E.M, The Doors, Pearl Jam e outras que eu nunca ouvi, mas acabei tocando. Volta ao nacional com Raimundos e Rappa. Vem duas do Mamonas, Xuxa... Sabe alguma do "Nenhum de nós?" Sai uma "Camila" pela metade, mas valendo. Minha irmã chega ao limite do cansaço e nos despedimos." 

Esse é o resumo da noite. Agora vem o motivo desta postagem... Enquanto eu tocava todas aquelas músicas, e o publicitário que não sei o nome ficava estupefato de me olhar tocando todas as músicas, por eu saber de tudo, me veio a imagem do Murilo (o oitavo de cima pra baixo na tira de fotos), que arregalava os olhos quando eu tocava algo diferente... E foi onde tudo começou... Enquanto eu agravava minha LER fazendo pestanas, tudo ficou mudo... só via as bocas mexendo, mas um silêncio... entrei em transe, mas minhas mãos continuavam a tocar as músicas, e entrei no piloto automático, como o personagem de Adam Sandler em Click. Começou a nostalgia. Mas dessa vez não foi boa... Vi a minha frente o sol no chão do pátio da casa do Murilo, onde sentávamos em roda e tocávamos a noite inteira, sempre regada a vodka, sucos e muitos risos... Desconhecidos ficavam conhecidos, e então os rostos de Alisson (segundo da tira), Gui (quarto da tira) e Rafa (acima da minha foto na tira) passariam a ser uma rotina na minha vida. Gui principalmente, por ser meu vizinho e nossos pais terem tido uma breve história no passado. As meninas da foto sempre estavam também, e a propósito, a pequena Crys, (A terceira foto da tira) quem me colocara naquela turma. Não houve uma só noite naquela casa, (com essas pessoas da tira ao lado, durante todo o tempo em que fomos uma turma de amigos ) que eu não me lembre cada pequeno detalhe, cada conversa, cada música tocada, cada vômito no banheiro, cada desabafo, cada sorriso e cada história que aconteceu. E na noite de ontem, talvez é o que tenha doído mais, pois ver novos rostos desconhecidos cantando músicas que eu conheço tão bem me fazia a cada segundo querer voltar no tempo e ter essa turma novamente. Ter a turma toda, sem os respectivos "conjuges" (ou pelo menos, que eles tivessem somado na turma, e não individualizado as histórias, que é o que acontece naturalmente), sem os medos, sem as incertezas, com aquela paz que, ao menos durante o lual, cada um tinha... No lual não haviam medos, não havia insegurança... havia apenas a música. Cada um tinha uma frustração ou outra com outros membros da turma, mas nas noites de música, o único propósito era cantar, beber e ser feliz. Não tinha piscina, não tinha um mar na frente e a lua apareceu umas duas ou três vezes apenas. Nunca fomos ricos, as bebidas sempre eram rachadas em vaquinhas, sendo que uns sempre pagavam a mais pelos outros que estavam "duros" no dia... 

A noite começava com cada um chegando, abraçando, dando apertos de mão... Gelo, copo, uma pequena dose pura só para turbinar e depois um pouco de suco. Afinando os violões, um bate papo e alguém vai lá abrir o portão para mais um que chegou. O Alcool combina de fazer efeito ao mesmo tempo em todo mundo, e ninguém fica para trás. Começa a cantoria, e todos sentados no chão, em volta do sol. Alguns conhecidos da turma também resolveram "dar uma passadinha" e mais gente se junta à roda. Começa com os sertanejos universitários. Depois MPB. Alguém comenta "Puxa, essa música é boa..." Outro pede mais uma dose de vodka e um pouco de suco. "Tem gelo também? A minha esquentou...." Começam os rocks nacionais. Legião é o que manda. A gente canta com força. É incrível o entrosamento que a turma tem... Vem o ápice da noite, quando uma música termina com outra começando, e a gente não para. Mais música. Mais música... A vodka começa a descer devagar na garrafa. Já estão todos na mesma sintonia. Sim, tem cerveja também. O consumo de bebida para, e alguns vão indo embora... Uma das meninas deitam no chão e só escutam as músicas. O Ritmo diminui, mas todos da turma estão ali. Começam as declarações de amor etílicas, sorrisos, fotos que jamais publicamos em redes sociais... Histórias que vão morrer conosco. Um copo quebrado, um corpo em uma cama... E o lual termina.


Lembro que nessa época, eu ainda pegava meu velho escort 89, passava em uma loja de conveniência e comprava dois pacotes de salgados elma chips e um refri 600 ml, e corria para meu refúgio, que é o lugar onde eu ia ver o sol nascer e fantasiar sobre um estereótipo de menina que eu queria pra mim. A história do refúgio tem outros atributos, mas lembro que fim de lual pra mim tinha que ser no "refúgio"... Numa dessas, saiu esta foto: 


Sim, como era bom ver o dia chegar, sobretudo depois de uma noite tocando... Essa foto talvez traduza o sentimento de grandiosidade da época... 
Ontem foi foda. Foda no sentido ruim. Então, volto do "transe" e as vozes e o violão voltam a ter som. Aquela tribo, que não era a minha, junto comigo, como antigamente estavam todos da tira acima. A Turma tinha mais gente, mas esses eram os que estavam quando fui no meu primeiro lual no Murilo. Ontem doeu muito. Por mais que todos se reúnam novamente, por mais que um dia que seja essas pessoas voltem a sentar no sol do chão na casa do Murilo, aquela atmosfera da juventude, fim de faculdade, festinhas e baladinhas, beijos descompromissados e ilusão de achar que amor e cumplicidade ainda existiam, a inexistencia da pressão de começar a desenvolver profissionalmente... tudo isso não vai mais fazer parte de nós, nunca mais. Isso é que é triste. Por mais saudosista que possa parecer, esse tempo não vai mais voltar. E hoje eu percebo que eu não aproveitava aquilo ao máximo. A única coisa que resta é a saudade... E essa saudade parceiro(a), dói pra caralho...
Aquela turminha estava ontem reunida... Sei o nome do Lucas e da aniversariante Maria (são namorados). Sei que o carinha da camisa da Diesel estava afim da minha irmã... Sei que certamente eles nunca saberão dessa minha história de lual... E de tudo isso, sei o quanto foram importantes cada um desses personagens da tira com fotos que publiquei nessa postagem. Quero esse tempo de volta...