terça-feira, 31 de agosto de 2010

Instantes

Por instante... apenas um repente.
Você sai um pouco do mundo que você vive para enxergar um pouco mais adiante... um pouco do que você não conseguia ver...
Um instante apenas, faz todo o sentido de uma vida confusa.
O que mais se vê são pessoas clamando por um reconhecimento que nunca vem.
O que mais se vê são amores imperfeitos e perdidos
Corações quebrados e irreparáveis...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ir embora

Esse foi meu discurso, que eu me lembre, durante toda a minha vida... Sinto que não há lugar pra mim.
Odiei muito meu ultimo emprego por causa das idiotices que faziam conosco, a falta de paciência com meus colegas, os filhos acomodados do dono, que nada faziam para mudar suas vidas... Enfim...
E agora, estou em um lugar diferente, com tudo que eu sempre quis de um trabalho... Sala própria, ramal próprio, mesa própria...
E fico sentindo esse vazio estranho, como se eu não fosse daqui...
Dá para entender? Sou muito grato pela vida incrível que eu tenho. Tenho meu carro, faço os passeios que quero, planejo outros...
Mas falta algo que não sei o que é... Muito estranho isso...
Não sei como suprir esse vazio dentro de mim. Não mesmo.

Ir embora... Seria essa a solução mágica? Ou seria a escolha trágica? Ir embora não é um mar de rosas como a gente imagina... Não mesmo... Na verdade, não há canto nesse mundo onde exista uma paz de espírito plena. Paz de espírito é um momento. Não uma constante.

Talvez eu esteja gritando tão alto por uma solução que não consiga enxergar ou perceber o que eu realmente quero. E é isto que pega neste exato momento... EU não sei o que eu quero... Não sei para onde ir... Estou perdido, num momento estranho, onde eu não entendo nada, e ninguém também me entende...

Não sei para onde eu vou... Em 2000, uma colega de trabalho morreu... Dormiu e simplesmente não acordou... Talvez ela tenha achado o que procurava nos momentos dos sonhos e não quis mais voltar... E talvez eu também já tenha achado, mas não posso ficar por lá devido Às minhas responsabilidades aqui. Queria ir para um lugar onde eu não sinta certos sentimentos ruins que sinto aqui... Queria apenas um campo imenso, com umas colinas ao fundo, um pequeno casebre, um tempo medieval, mas um medieval À frente do presente que todos vivem hoje... Um medieval em que não se existe ambição, nem ganância... Onde as pessoas não querem machucar umas as outras... Onde apenas se quer existir, com paz e harmonia, onde nada cheira mal, onde tudo é muito limpo, onde pólvora e armas de fogo nunca foram inventadas, onde exista monogamia, onde exista terra fértil para plantar, bons frutos para comer e uma boa cama para dormir... Onde exista muita música, muitos instrumentos, e onde a paisagem te inspire por horas e horas...
E onde exista o lago, para no fim de tarde, você chegue perto de sua garota, e assistam o por do sol...
E ainda onde existam cavalos para se galopar na alvorada, vendo o dia amanhecer, iluminando uma vida que só existe dentro de quem sente a nostalgia amarga de nunca viver este tempo em que eu descrevi nesta postagem...
Sigo todas as manhãs ligando meu carro que acaba com o meio ambiente, correndo o dia todo num lugar onde não conheço ninguém, para no fim do mês ganhar um dinheiro que rende pouco do que deveria render e que me possibilita uma fuga de 3 ou 4 horas em um fim de semana para longe desta rotina desgastante que parece nunca ter fim...

Ir embora... O destino é desconhecido... Antigamente haviam estradas e madrugadas... Hoje só existe o vazio do nada.