domingo, 16 de março de 2014

O que realmente importa?

O título é um deja vu... provavelmente eu li em algum lugar. Mas aí eu me pergunto: O que realmente importa? Vejam, eu aqui, em São Paulo (sim, lembram como meus textos cansativamente me conduziam a morar nessa cidade?), em um apartamento de cerca de 62 m², a vida que eu sempre quis. Trabalho para o sogro torto do Kaká (vide seleção brasileira) e todos os dias eu sofro no trânsito que tão eloquentemente eu quis e pedi aos deuses do sucesso para enfrentar. Aí eu olho para tudo que eu conquistei hoje, mas parece que falta alguma coisa... então, o que realmente importa?

Estou aqui, longe dos meus amigos, longe da família, longe de tudo... Não que eu reclame, pois a família dá muita encheção de saco (e família eu digo parentes) e os amigos, cada um já está com o destino traçado, seja com suas esposas e filhos, seja nas suas aventuras fora das terras mineiras. Mas eu realmente me pergunto: O que realmente importa na vida? ACho que eu nunca quis de fato uma estabilidade financeira. Não. Definitivamente este não é o objetivo. O objetivo sempre foi me encontrar e, neste meio tempo, achar uma forma de ser feliz. Me encontro agora com 31 anos e não faço a mínima ideia do que eu quero pra mim. E isso engloba tudo. Tipo, não me vejo em nenhum outro lugar do planeta que não seja São Paulo. Hoje vi uma menina sendo assaltada no ponto de ônibus enquanto eu levava minha mãe que nos visita para a casa da minha irmã. Todos os dias centenas de imbecis fazem cagadas no trânsito e centenas de egoístas fodem com a vida dos outros, seja dirigindo, seja trabalhando... enfim... Mas São Paulo sempre foi o lugar pra mim. Só que sempre falta alguma coisa... estranho não é?

As vezes eu não entendo onde vou chegar... As vezes dá vontade de pegar a câmera e sair tirando fotos ao redor do munto... as vezes dá vontade de sair sem rumo com uma mochila nas costas... as vezes só dá vontade de ficar abraçado com aquela pessoa que você ama... sei lá...

Meio conflitivo essa coisa toda... Meu histórico de vida sempre foi, embora cercado de pessoas, ser uma pessoa solitária. Isso sempre me fez bem. Mas ao mesmo tempo, é tão bom ter um abraço ou apenas ter alguém que demonstre se importar com você e fazer questão de te incluir do dia a dia. Uns chama de carência, outros de boiolagem... eu não sei o nome disso. Sei que cada dia parece estar mais longe de me conhecer de fato e saber pra minha vida o que realmente importa. O que realmente importa? As vezes dá vontade de o mundo simplesmente virar algo abstrato e você pairar feito uma energia perdida, vagando pelo universo infinito como um nada, mas fazendo parte de um tudo. Pode ser efeito do Whisky que tomo agora, mas prezados leitores inexistentes do meu blog, eu não faço a mínima ideia do que importa. E nem sei bem o que me faz feliz. 

Tive uma crise de vida muito forte aos 27 anos, só que agora, aquele sentimento volta à tona. Não dá pra saber nada de mim... não sei a qualidade de sentimento que está em meu subconsciente agora... não dá pra imaginar o que eu quero... Vejo meus amigos com filhos e penso: "Puta, será que não era a hora?" Mas aí eu vejo minha situação financeira, com um carro velho e que vive falhando (embora eu goste muito dele), me desdobrando por uma empresa que não reconhece o meu verdadeiro valor (embora eu pense... será que realmente sou tão competente e dinâmico quanto eu penso que sou?), com um peso acima do que seria o ideal para a sociedade, com essa cicatriz maldita na cara.... Onde está meu valor nisso tudo? Aliás, eu penso o que eu realmente tenho a oferecer...CRise existencial, carência ou drama... enfim... O que acontece é que eu não me encaixo nessa maluquice de mundo nem sei ainda a que vim nessa bagunça toda. O que sei é que não tem como dar "reset", então amanhã o dia vai nascer de novo (sim, já disse isso) e eu vou ter que acordar e botar um sorriso falso no rosto pra fingir que tá tudo bem... mas não tá. Não sei o que realmente importa. Só sei que tá tudo errado. E eu não sei qual o caminho eu preciso tomar. Saco né? Podia tanto tudo ser mais simples. Podia tanto eu simplificar a coisa... podia tanto a vida não ser tão filha da puta e fazer as coisas serem mais fáceis... sei lá... só indecisões.